Aquários pessoais
Movimento inerte
Debaixo de água, não se vê o céu
Estão, não estão.
Vieram e não viram
Foram embora sem terem estado
Ninguém está na cidade
Para lado nenhum levamos o corpo
Sobre a terra, os sinais, a sombra de pedra e de vidro
Manifesta a presença dos rostos e do espelho que jamais nos reflecte
A cidade é tão longe quanto o cidadão
Apenas fluxos, energia sem luz.
Feixes, bichos sem animalidade.
Desaparece o corpo no circuito.
Talvez um apontamento de um rosto,
Talvez o nada nosso de cada dia
Tudo desaparece pelo movimento.
Vão! D´existem
Em que parte quem não faz parte?
A tentação de existir é uma resistência
Um virus na diskette formatada ao longo do crescimento
O virús é o eu, a teimosia de existir apesar de tudo.
Apesar das esponjas -os olhos- infiltrarem no corpo tudo aquilo que não lhe pertence.
Perante os restos da maça bichada, o desejo da maçã fresca, da maçã primeira
Solidão, sociedade, sonho, sucesso, som
Sistema, sem-abrigo, segurança, sangue, suor
Sensação, sentimento, solução, sexo
Sida, sal, sol
Sistema social surdo sem som
Só sonho!
Sem sucesso!
Sem segurança!
...Sem solução!?
Alberto Augusto Miranda